O livro tem l3 capítulos, até
certo ponto autônomos, ligando-se por alguns temas. I - Mudança Este capítulo é
o inicio da retirada, com as personagens citadas acima. Supõe uma narrativa
anterior: "Os infelizes tinham caminhado o dia inteiro, estavam cansados e
famintos." Tocados pela seca chegam a uma fazenda abandonada e fazem uma
fogueira. A cachorra traz um preá: "Levantaram-se todos gritando. O menino
mais velho esfregou as pálpebras, afastando pedaços de sonho. Sinhá Vitória
beijava o focinho de Baleia, e como o focinho estava ensangüentado, lambia o
sangue e tirava proveito do beijo," Fala da terra seca e do sofrimento.
A comunicação é rara e ocorre
quando o pai ralha com o filho e esse procedimento é uma constante no livro. Há
uma intenção do autor de não dar nome aos meninos, para evidenciar a vida sem
sentido e sem sonhos do retirante. "Ainda na véspera eram seis viventes,
contando com o papagaio. Coitado, morrera na areia do rio, onde haviam
descansado, à beira duma poça: a fome apertara demais os retirantes e por ali
não existia sinal de comida. Baleia jantara os pés, a cabeça, os ossos do
amigo, e não guardava lembrança disto." II - Fabiano "Apossara-se da
casa porque não tinha onde cair morto, passara uns dias mastigando raiz de imbu
e sementes de mucunã. Viera a trovoada.
E, com ela, o fazendeiro, que o
expulsara. Fabiano fizera-se desentendido e oferecera os seus préstimos,
resmungando, coçando os cotovelos, sorrindo aflito. O jeito que tinha era
ficar. E patrão aceitara-o, entregara-lhe as marcas de ferro. Agora Fabiano era
vaqueiro, e ninguém o tiraria dali. Aparecera como um bicho, entocara - se como
um bicho, mas criara raízes, estava plantado." Contente dizia a si mesmo:
"Você é um bicho, Fabiano." Mostra o homem embrutecido, mas capaz de
auto-análise. Tem consciência de suas limitações e admira quem sabe se
expressar. "Admirava as palavras compridas da gente da cidade, tentava
reproduzir algumas em vão, mas sabia que elas eram inúteis e talvez
perigosas." III - Cadeia Na feira da cidade o soldado convida Fabiano para
jogar baralho e depois desentende-se com ele e o prende arbitrariamente. A
figura do soldado amarelo simboliza o governo e, com isto, o autor quer passar
a idéia de que não é só a seca que faz do retirante um bicho, mas também as
arbitrariedades cometidas pela autoridade. Ao fim do capítulo ele toma
consciência de que está irremediavelmente vencido e sem ilusões com relação á
sorte de seus filhos. "Sinha Vitória dormia mal na cama de varas. Os
meninos eram uns brutos, como o pai.
Quando crescessem, guardariam as
reses de um patrão invisível, seriam pisados, maltratados, machucados por um
soldado amarelo." IV - Sinhá
Vitória Enquanto o marido aspira um dia saber expressar-se convenientemente, a
mulher deseja apenas possuir uma cama de couro igual a do seu Tomás da
bolandeira, fazendeiro poderoso que é uma referência. Ela recorda a viagem, a
morte do papagaio, o medo da seca. A presença do marido lhe dá segurança. V - O
Menino Mais Novo Quer ser igual ao pai que domou uma égua e tenta montar no
bode caindo e sendo motivo de chacota de irmão e da Baleia. O sonho do menino é
uma forma de resistência ao embrutecimento, tal como a mãe que sonha com a cama
de lastro de couro. VI - O Menino Mais Velho As aspirações da família são cada
vez mais modestas. Tudo que o menino mais velho desejava era uma amizade e a da
Baleia já servia bem: "O menino continuava a abraçá-la. E Baleia
encolhia-se para não magoa-lo, sofria a carícia excessiva." VII - Inverno
É a descrição de uma noite chuvosa e os temores e devaneios que a chuva
desperta na família.
Eles sabiam que a chuva que
inundava tudo passaria e a seca tomaria conta de suas vidas novamente. VIII - A
Festa É um dos capítulos mais tristes. É natal e a família vai à festa na
cidade. Fabiano compara-se com as pessoas e se sente inferior. Depois da missa
quer ir às barracas de jogo mas a mulher é contra porque ele bebe e fica
valente. Acaba pegando no sono na calçada e em seus sonhos os soldados amarelos
praticam arbitrariedades. A família toda sente a distância que os separa dos
demais seres.
Sinhá Vitória refugia-se no
devaneio, imaginando-se com a cama de lastro de couro. IX - Baleia É um
capítulo trágico. O autor faz uma humanização da cadela Baleia. Ela parece
doente e será sacrificada. Desconfiada, tenta esconder-se. Não entende porque
estão querendo fazer isso com ela. Já ferida ela espera a morte e sonha com uma
vida melhor. Na história, a Baleia e sinhá Vitória são as personagens que
conseguem expressar melhor os seus anseios. X - Contas Fabiano tem de vender ao
patrão bezerros e cabritos que ganhou trabalhando e reclama que as contas não
batem com as de sua mulher.
Revolta-se e depois aceita o fato
com resignação. Lembra que já fora vítima antes de um fiscal da prefeitura. O
pai e o avô viveram assim. Estava no sangue e não pretendia mais nada. XI - O
Soldado Amarelo É uma descrição dessa personagem. Ele aparece como é
socialmente e não como é profissionalmente. A sua força vem da instituição que
representa. Mais fraco fisicamente, arbitrário e corrupto, acovarda-se ao
encontrar-se à mercê de Fabiano na caatinga. Fabiano vacila na sua intenção de
vingança e orienta o soldado perdido. A figura da autoridade constituída é
muito forte no inconsciente de Fabiano. XII - O Mundo Coberto de Penas O sertão
iria pegar fogo. A seca estava voltando, anunciada pelas aves de arribação. A
mulher adverte que as aves bebem a água dos outros animais. Fabiano admira-se
da inteligência da mulher e procura matar algumas que servirão de alimento. Faz
um apanhado da suas desgraças. O sentimento de culpa por matar a Baleia não o
deixa.
"Chegou-se á sua casa, com
medo, ia escurecendo e àquela hora ele sentia sempre uns vagos tremores.
Ultimamente vivia esmorecido, mofino, porque as desgraças eram muitas.
Precisava consultar Sinhá Vitória, combinar a viagem, livrar-se das arribações,
explicar-se, convencer-se de que não praticara uma injustiça matando a
cachorra. Necessário abandonar aqueles lugares amaldiçoados. Sinhá Vitória
pensaria como ele." XIII - Fuga A esposa junta-se ao marido e sonham
juntos. Sinhá Vitória é mais otimista e consegue passar um pouco de paz e
esperança. O livro termina com uma mistura de sonho, frustração e descrença.
Fabiano mata um bezerro, salga a
carne e partem de madrugada. "E andavam para o sul, metidos naquele sonho.
Uma cidade grande, cheia de pessoas fortes. Os meninos em escolas, aprendendo
coisas difíceis e necessárias. Eles dois velhinhos, acabando-se como uns
cachorros, inúteis, acabando-se como Baleia. Que iriam fazer? Retardaram-se
temerosos. Chegariam a uma terra desconhecida e civilizada, ficariam presos
nela. E o sertão continuaria a mandar gente para lá. O sertão mandaria para a
cidade homens fortes, brutos, como Fabiano, sinhá Vitória e os dois meninos."
vei, na boa eu pedi o resumo e apareceu quando foi escrita a historia, sobre o autor ( o q q eu tenho a ver com isso?), se eu quisesse saber sobre o autor eu tinha colocada vida do autor...
ResponderExcluirfica a dica!