Os faroleiros
Dois homens conversam sobre
faróis, e um deles conta sobre a tragédia do Farol dos Albatrozes, onde passou
um tempo com um dos personagens da trama: Gerebita. Gerebita tinha um
companheiro, chamado Cabrea, que ele alegava ser louco. Numa noite, travou-se
uma briga entre Gerebita e Cabrea, vindo este a morrer. Seu corpo foi jogado ao
mar e engolido pelas ondas. Gerebita alegava ter sido atacado pelos desvarios
de Cabrea, agindo em legítima pessoa. Eduardo, o narrador, descobre mais tarde
que o motivo de tal tragédia era uma mulher chamada Maria Rita, que Cabrea
roubara de Gerebita.
O engraçado arrependido
Um sujeito chamado Pontes, com
fama de ser uma grande comediante e sarrista, resolve se tornar um homem sério.
As pessoas, pensando se tratar de mais uma piada do rapaz, negavam-lhe emprego.
Pontes recorre a um primo de influência no governo, que lhe promete o posto da
coletoria federal, já que o titular, major Bentes, estava com sérios problemas
cardíacos e não duraria muito tempo. A solução era matar o homem mais rápido, e
com aquilo que Pontes fazia de melhor: contar piadas. Aproxima-se do major e,
após várias tentativas, consegue o intento. Morte, porém inútil: Pontes se
esquece de avisar o primo da morte, e o governo escolhe outra pessoa para o
cargo.
A colcha de retalhos
Um sujeito (o narrador) vai até o
sítio de um homem chamado Zé Alvorada para contratar seus serviços. Zé está
fora e, enquanto não chega, o narrador trata com a mulher (Sinhá Ana), sua
filha de quatorze anos (Pingo d'Água) e a figura singela da avó, Sinhá
Joaquina, no auge dos seus setenta anos. Joaquina passava a vida a fazer uma colcha de retalhos com pedacinhos
de tecido de cada vestido que Pingo d'Água vestia desde pequenina. O último
pedaço haveria de ser o vestido de noiva. Passado dois anos, o narrador fica
sabendo da morte de Sinhá Ana e a fuga de Pingo d'Água com um homem. Volta até
aquela casa e encontra a velha, tristonha, com a inútil concha de retalhos na
mão. Em pouco tempo morreria...
A vingança da peroba
Sentindo inveja da prosperidade
dos vizinhos, João Nunes resolve deixar de lado sua preguiça e construir um
monjolo (engenho de milho). Contrata um deficiente, Teixeirinha, para fazer a
tal obra. Em falta de madeira boa para a construção, a solução é cortar a bela
e frondosa peroba na divisa das suas terras (o que causa uma tremenda encrenca
com os vizinhos). Teixeirinha, enquanto trabalha, conta a João Nunes sobre a
vingança dos espíritos das árvores contra os homens que as cortam. Coincidência
ou não, o monjolo não funciona direito (para a gozação dos vizinhos) e João
Nunes perde um filho, esmagado pela engenhoca.
Um suplício moderno
Ajudando o coronel Fidêncio a
ganhar a eleição em Itaoca, Izé Biriba recebe o cargo de estafeta (entregador
de correspondências e outras cargas). Obrigado a andar sete léguas todos os
dias, Biriba perde aos poucos a saúde. Resolve pedir demissão, o que lhe é
negada. Sabendo da próxima eleição, continua no cargo com a intenção de
vingança. Encarregado de levar um "papel" que garantiria novamente a
vitória de seu coronel, deixa de cumprir a missão. Coronel Fidêncio perde a
eleição e a saúde, enquanto o coronel eleito resolve manter Biriba no cargo.
Este, então, vai embora durante a noite...
Meu conto de Maupassant:
Dois homens conversam num trem.
Um deles é ex-delegado e conta sobre a morte de uma velha. O primeiro suspeito
era um italiano, dono de venda, que é preso. Solto por falta de provas, via
morar em São Paulo.
Passado algum tempo, novas provas incriminam o mesmo e, preso
em São Paulo
e conduzido de trem ao vilarejo, se joga da janela. Morte instantânea e inútil:
tempo depois, o filho da velha confessa o crime.
"Pollice Verso"
O filho do coronel Inácio da
Gama, o Inacinho, forma-se em Medicina no Rio de Janeiro e volta para exercer a
profissão. Pensando em arrecadar dinheiro para ir a Paris reencontrar a
namorada francesa, Inacinho começa a cuidar de um coronel rico. Como a conta
seria mais alta se o velho morresse, a morte não tarda a acontecer. O caso vai
parar na justiça, onde dois outros médicos velhacos dão razão a Inacinho. O
moço vai para Paris morar em Paris com a namorada, levando uma vida boêmia. No
Brasil, o orgulhoso coronel Inácio da Gama fala aos ventos sobre o filho que
andava aprofundando os estudos com os melhores médicos da Europa.
Bucólica
Andando pelos pequenos vilarejos
e sítios interioranos, o narrador fica sabendo da trágica história da morte da
filha de Pedro Suã, que morreu de sede. Aleijada e odiada pela mãe, a filha
adoeceu e, ardendo em febre numa noite, gritava por água. A mãe não lhe
atendeu, e a filha foi encontrada morta na cozinha, perto do pote de água, para onde se arrastou.
O mata-pau
Dois homens conversam na mata
sobre uma planta chamada mata-pau, que cresce e mata todas as outras árvores ao
seu redor. O assunto termina no trágico caso de um próspero casal, Elesbão e
Rosinha, que encontram um bebê em suas terras e resolvem adotá-lo. Crescido o
menino, se envolve com a mãe e mata o pai. Com os negócios paternos em ruína,
resolve vendê-los, o que vai contra os gostos da mãe-esposa. Esta quase acaba
vítima do rapaz e vai parar num hospital, enlouquecida.
Bocatorta
Na fazenda do Atoleiro, vivia a
família do major Zé Lucas. Nas matas da fazenda, havia um negro com a cara
defeituosa com fama de monstro: Bocatorta. Cristina, filha do major, morre
justamente alguns dias depois de ter ido com o pai ver a tal criatura. Seu
noivo, Eduardo, não agüenta a tristeza e vai até o cemitério chorar a morte da
amada. Encontra Bocatorta desenterrando a moça. Volta correndo e, junto a um
grupo de homens da fazenda, sai em perseguição a Bocatorta. Esse, em fuga,
morre ao passar num atoleiro, depois de ter dado o seu único beijo na vida.
O comprador de fazendas
Pensando em se livrar logo da
fazenda Espigão (verdadeira ruína para quem a possui), Moreira recebe com
entusiasmo um bem-apessoado comprador: Pedro Trancoso. O rapaz se encanta com a
fazenda e com a filha de Moreira e, prometendo voltar na semana seguinte para
fechar o negócio, nunca mais dá notícias. Moreira vem a descobrir mais tarde
que Pedro Trancoso é um tremendo safado, sem dinheiro nem para comprar pão.
Pedro, no entanto, ganha na loteria e resolve comprar mesmo a fazenda, mas é
expulso por Moreira, que perdeu assim a única chance que teve na vida de se
livrar das dívidas.
O estigma
Bruno resolve visitar o amigo
Fausto em sua fazenda. Lá conhece a bela menina Laura, prima órfã de Fausto, e
sua fria esposa. Fausto convivia com o tormento de um casamento concebido por
interesse e uma forte paixão pela prima. Passado vinte anos, os amigos se
reencontram no Rio de Janeiro, onde Bruno fica sabendo da tragédia que envolveu
as duas mulheres da vida de Fausto: Laura sumiu durante um passeio, e foi
encontrada morta com um revólver ao lado da mão direita. Suicídio misterioso e
inexplicável. A fria esposa de Fausto estava grávida e deu a luz a um menino
que tinha um sinalzinho semelhante ao ferimento de bala no corpo da menina.
Fausto vê o sinalzinho e percebe tudo: a mulher havia matado Laura. Mostra o
sinal do recém-nascido para ela que, horrorizada, padece até a morte.
Velha Praga
Artigo onde Monteiro Lobato
denuncia as queimadas da Serra da Mantiqueira por caboclos nômades, além de
descrever e denunciar a vida dos mesmos.
Urupês
A jóia do livro. Aqui, Monteiro
Lobato personifica a figura do caboclo, criando o famoso personagem Jeca Tatu,
apelidado de urupê (uma espécie de fungo parasita). Vive "e vegeta de
cócoras", à base da lei do menor esforço, alimentando-se e curando-se
daquilo que a natureza lhe dá, alheio a tudo o que se passa no mundo, menos do
ato de votar. Representa a ignorância e o atraso do homem do campo.
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